Mostra de Música de Câmara de Londrina 2025
1º Encontro Internacional de Intérpretes de Música de Câmara
30 de abril > 05 de maio

Entre os dias 30 de abril e 5 de maio, Londrina (PR) sediará um evento singular no panorama nacional: a XIVª Mostra de Música de Câmara, congregando intérpretes brasileiros e estrangeiros de elevado prestígio. A programação, que visa resgatar as raízes do gênero e acompanhar sua evolução até a contemporaneidade, inclui recitais, sarau, concerto comentado e master class.
A curadoria e direção artística estão sob a responsabilidade do renomado pianista Cristian Budu, que se apresentará ao lado dos musicistas: a violoncelista russa Anastasia Averianova, a cantora lírica Laiana Oliveira, o violoncelista Rafael Cesário, o violinista londrinense Nikolau Ratchev e do violista chileno Alberto Castillo. A programação também incluí o recital do violonista Natanael Fonseca. A coordenação geral do evento é da pianista e produtora Irina Ratcheva.
Com repertório que abrange obras diversas e formações que variam de duos a quartetos, a Mostra busca reviver a essência da música de câmara, enfatizando sua intimidade e profundidade expressiva.
PROGRAMAÇÃO
Concerto de Abertura - 30/04 (quarta-feira) - 20h | Espaço Villa Rica (Teatro)
Brahms, Spohr, Beethoven e Schumann
ESTE EVENTO FAZ PARTE DA 13ª Mostra de Música de Câmara / Patrocínio PROMIC (Secretaria de Cultura de Londrina)
Concerto Fora da Caixa - 01/05 (quinta-feira) - 20h | Espaço Villa Rica (Teatro)
Schubert, Handel, Beethoven, Schoenberg, Bernstein, Quilter, Donizetti, Maria Theresia von Paradis
Sarau - 02/05 (sexta-feira) - 19h | Espaço Villa Rica (Sala Londrina)
O programa será divulgado no dia do evento
Caminhos do Violão: do Clássico Europeu à Alma Brasileira - 03/05 (sábado) - 11h | Capela da Catedral
Concerto comentado com Natanael Fonseca. Sor, Albeniz, Ponce, Granados, Tarrega, Barrios, Brouwer, Gnattali, Tom Jobim | Entrada Franca
Concerto de Encerramento - 03/05 (sábado) - 20h | Espaço Villa Rica (Teatro)
Bach, Debussy, Villa-Lobos, Waldemar Henrique e Brahms
Atividades Formativas Gratuitas
- Master Class de Violoncelo com Rafael Cesário - 01 de maio - 14h30 - Espaço Villa Rica (Teatro)
- Oficina Solfejo sem Medo - um encontro divertido com a cantora lírica Laiana Oliveira - 01 de maio - 14h30 - Espaço Villa Rica (Sala Londrina)
- Master Class com Cristian Budu - 03 de maio - 15h - Espaço Villa Rica (Teatro)
- Encontro com alunos do projeto Orquestrando o Futuro - 05 de maio
Clique aqui e faça a sua inscrição.
Ingressos: R$ 20 e R$ 10 * Estudantes, idosos, pessoas com deficiência e jovens de 15 a 29 anos comprovadamente carentes (Lei Federal 12.933/2013), doadores de sangue registrados em hemocentro e bancos de sangue de hospitais do Estado do Paraná (Lei Estadual 13.964/2002) e professores da rede de ensino público e particular do Paraná (Lei Estadual 15.876/2008) têm direito à meia-entrada, pagando assim a metade do valor estipulado ao público geral para o ingresso a espetáculos culturais, eventos esportivos, cinemas, exposições, entre outros. Na hora da aquisição do ingresso, devem, no entanto, apresentar os documentos comprovando a sua condição junto à bilheteria.
Patrocínio: Prefeitura de Londrina/ Secretaria Municipal de Cultura (PROMIC) e Unimed Londrina.
Apoios: CODEL, Espaço Villa Rica, ACIL Londrina, Folha de Londrina, O Londrinense, Hangar 43, Crystal Palace Hotel, UEL FM, CBN Londrina, Projeto C‘alma Chamber, Catedral Metropolitana de Londrina, Biblioteca Pública de Londrina e Plugue Estúdio. Realização: Artis Colegium.
Concerto de Abertura
A Mostra de Música de Câmara de Londrina começa com um concerto especial dedicado ao romantismo, reunindo obras de Brahms, Spohr, Beethoven e Schumann. Em formações variadas — de duos a quartetos — o programa valoriza a expressividade, o lirismo e a intensidade emocional características do período.
A noite começa com as Duas Canções, Op. 91, de Johannes Brahms, para voz, viola e piano — uma combinação rara e profundamente lírica. Em seguida, o Grand Duo para violino e viola, de Louis Spohr, destaca o diálogo e o virtuosismo em equilíbrio. A primeira parte se encerra com a intensa Sonata para Violoncelo, Op. 102 nº 1, de Beethoven, marcada pela densidade e liberdade criativa de sua fase final.
Após o intervalo, o programa se completa com o Piano Quartet, Op. 47, de Robert Schumann — obra vibrante, apaixonada e cheia de poesia, que sintetiza o romantismo em sua forma mais envolvente. Uma noite para celebrar a escuta atenta e o encontro entre os instrumentos, marcando uma edição da Mostra que celebra a arte do encontro por meio da música.
Com Cristian Budu (piano), Laiana Oliveira (voz), Anastasia Averianova (violoncelo), Rafael Cesário (violoncelo), Nikolau Ratchev (violino) e Alberto Castillo (viola).

PROGRAMA
CONCERTO DE ABERTURA
30/04 (QUARTA-FEIRA) - TEATRO VILLA RICA
J.BRAHMS
DUAS CANÇÕES, OP. 91 PARA VOZ, VIOLONCELO E PIANO
Gestillte Sehnsucht - Anseio Serenado
(texto de Friedrich Rückert)
Geistliches Wiegenlied - Canção de Ninar Sagrada
(texto de Lope de Veja)
L.SPOHR
GRAND DUO PARA VIOLINO E VIOLA, OP. 13
Allegro moderato
Adagio
Rondo: Allegretto
L. VAN BEETHOVEN
SONATA PARA VIOLONCELO E PIANO Nº 4 , DÓ MAIOR, OP. 102 Nº 1
Andante – Allegro vivace
Adagio – Tempo d’allegro vivace
ROBERT SCHUMANN
QUARTETO PARA PIANO E CORDAS EM MI BEMOL MAIOR, OP. 47
Sostenuto assai – Allegro ma non troppo
Scherzo: Molto vivace
Andante cantábile
Finale: Vivace
Duração: ~70min
Gestillte Sehnsucht | Geistliches Wiegenlied: Com profundo lirismo e afeto, Johannes Brahms(1833–1897) compôs as Duas Canções, op. 91 para o casal de amigos Amalie e Joseph Joachim, unindo contralto, viola e piano em uma rara formação camerística. A primeira canção, sobre poema de Rückert, evoca o entardecer como metáfora para a serenidade do desejo. Já a segunda, uma canção de ninar espiritual, apresenta a viola citando um coral natalino, criando um clima de bênção e acolhimento. Ambas revelam o Brahms mais íntimo e refinado, em música que alia emoção contida e arquitetura perfeita.
Virtuose do violino e figura central do romantismo inicial, Louis Spohr (1784–1859) o Grand Duo para violino e viola em 1809, explorando o equilíbrio expressivo entre dois instrumentos frequentemente em papéis distintos. Dividida em três movimentos, a obra combina lirismo, diálogo ágil e momentos de brilho técnico. É um exemplo marcante do espírito concertante aplicado à música de câmara, revelando a elegância e a inventividade de Spohr como compositor e instrumentista.
Composta em 1815, a Sonata para Violoncelo e Piano nº 4 em dó maior, op. 102 nº 1marca o início do chamado “terceiro período” de Ludwig van Beethoven (1770–1827), em que o compositor adota uma linguagem mais concentrada, introspectiva e inovadora. Em dois grandes movimentos subdivididos, a obra alterna momentos de contemplação e explosões rítmicas, desafiando estruturas tradicionais. O diálogo entre violoncelo e piano é íntimo e expressivo, numa música que busca mais a essência do que o ornamento — sinal de um gênio em plena maturidade criativa.
Escrito em 1842, o “ano da música de câmara” de Robert Schumann (1810–1856), o Quarteto para Piano e Cordas em mi bemol maior, op. 47 combina lirismo, energia e refinamento. Em quatro movimentos, a obra destaca-se pelo equilíbrio entre piano e cordas, pelo vigor do scherzo rítmico e pela beleza serena do terceiro movimento, considerado um dos mais tocantes de Schumann. Clara Schumann estreou a obra ao piano, e o espírito de colaboração íntima entre os intérpretes transparece em cada página desta joia do romantismo camerístico.
Concerto Fora da Caixa
O concerto “Fora da Caixa” foi especialmente criado para esta edição da Mostra de Música de Câmara de Londrina. Pensado para que pessoas de todas as idades possam vivenciar a música de maneira inusitada, o espetáculo é permeado por obras de Händel, Schubert, Beethoven, Schönberg, Piazzolla, entre outros compositores.
Ao longo da apresentação, uma adaptação do conto "O Rouxinol", de Hans Christian Andersen, será recitada, ganhando nova vida ao dialogar com as músicas cantadas e tocadas no palco.
A proposta é transitar por estilos musicais muito distintos, rompendo as estruturas tradicionais dos concertos clássicos e construindo um discurso em múltiplas linguagens que atravessam as performances. O fio condutor será uma história de caráter atemporal, narrada em diálogo com as músicas. A iluminação cênica e as projeções visuais também enriquecerão a experiência sensorial, tornando o espetáculo ainda mais imersivo e envolvente.
Com Cristian Budu (piano), Laiana Oliveira (voz), Anastasia Averianova (violoncelo), Rafael Cesário (violoncelo), Nikolau Ratchev (violino) e Alberto Castillo (viola).

PROGRAMA
CONCERTO FORA DA CAIXA
01/05 (QUINTA-FEIRA) - ESPAÇO VILLA RICA
F.SCHUBERT
TRIO DE CORDAS EM SI BEMOL MAIOR, D.471
HÄNDEL - HALVORSEN
PASSACAGLIA PARA VIOLINO E VIOLA EM SOL MENOR
(originalmente parte da Suíte para Cravo em Sol menor, HWV 432)
L. van BEETHOVEN
SONATA NO. 14 EM DÓ SUSTENIDO MENOR, OP. 27 NO. 2
(SONATA AO LUAR)
Adagio sostenuto
A.SCHÖNBERG
PIERROT LUNAIRE
MONDESTRUNKEN voz e piano
G.DONIZETTI
IL BARCAIOLO voz e piano
MARIA THERESIA VON PARADIS
SICILIENNE voz e piano
A.PIAZZOLLA
LE GRAND TANGO PARA VIOLONCELO E PIANO
Duração: ~70min
Composto em 1816, quando Schubert (1797–1828) tinha apenas 19 anos o Trio de Cordas em Si bemol maior, D.471 ficou inacabado, com um primeiro movimento (Allegro) completo e um esboço fragmentário de um segundo (Andante). O Allegro, revela a influência de Mozart e já antecipa o lirismo e a sutileza harmônica característicos de Schubert. A obra encanta pela pureza melódica e pela naturalidade da escrita.
A célebre Passacaglia tem sua origem no movimento final da Suíte para Cravo em Sol menor, HWV 432, de Händel(1685–1759). O compositor norueguês Johan Halvorsen fez uma adaptação brilhante para violino e viola, criando um diálogo envolvente entre os instrumentos. Por meio da forma de variações contínuas sobre um baixo repetido, Halvorsen traz uma nova energia vibrante à obra barroca.
A "Sonata ao Luar" é uma das obras mais célebres de Beethoven (1770–1827). O primeiro movimento, "Adagio sostenuto", cria uma atmosfera contemplativa e melancólica, com uma melodia suave sobre um acompanhamento hipnótico. Sua beleza introspectiva convida à reflexão e à emoção contida, num dos momentos mais líricos do repertório pianístico.
No primeiro movimento de Pierrot Lunaire, "Embriagado pela Lua", Schönberg (1874–1951)explora a técnica do sprechstimme (canto falado) para criar uma atmosfera onírica e inquietante. Com acompanhamento de piano, a peça combina dissonâncias e ritmos fragmentados, expressando o delírio e a emoção do personagem sob a luz da lua.
Com a leveza típica do belcanto italiano, Il Barcaiolo apresenta uma melodia fluida e expressiva. Nesta ária, Gaetano Donizetti (1797–1848) retrata o barqueiro em cena, combinando simplicidade e lirismo, num retrato musical encantador do cotidiano italiano.
Compositora e pianista austríaca, Maria Theresia von Paradis (1759–1824) traduziu em música a delicadeza e o lirismo de seu tempo. A Sicilienne, com seu ritmo balançado e atmosfera sonhadora, reflete a sensibilidade e a elegância do Classicismo vienense.
Le Grand Tango de Astor Piazzolla (1921–1992), é uma das peças mais emblemáticas do repertório para violoncelo e piano. Essa obra é uma fusão do tango tradicional com elementos da música clássica e moderna, característicos do estilo único de Piazzolla, conhecido por revolucionar o tango e incorporá-lo ao contexto da música erudita. A peça alterna passagens rítmicas, vigorosas e expansivas com momentos de lirismo intenso, explorando toda a expressividade e virtuosismo do violoncelo e do piano.
Sarau
O sarau da XIV Mostra de Música de Câmara de Londrina reúne um repertório plural, que percorre diferentes épocas, estilos e origens. De Schubert a Pixinguinha, passando por Strauss, Mendelssohn, Tchaikovsky e Piazzolla, o programa propõe uma escuta sensível e envolvente, conectando obras consagradas da música de concerto a canções populares e peças de caráter intimista.
A apresentação terá início com obras do romantismo alemão, como os lieder de Franz Schubert, seguidos por composições de Alma Mahler, Clara Schumann e Richard Strauss, onde a voz ganha protagonismo e revela diferentes nuances emocionais. Em seguida, o público será conduzido por paisagens sonoras diversas: do lirismo do trio de Mendelssohn à leveza de Saint-Saëns, da intensidade russa de Tchaikovsky e Shostakovich à expressividade latina de Piazzolla e Pixinguinha.
Com Cristian Budu (piano), Laiana Oliveira (voz), Anastasia Averianova (violoncelo), Rafael Cesário (violoncelo), Nikolau Ratchev (violino) e Alberto Castillo (viola).

PROGRAMA
SARAU
02/05 (SEXTA-FEIRA) - ESPAÇO VILLA RICA SALA LONDRINA
FRANZ SCHUBERT
STÄNDCHEN , D. 921
GRETCHEN SPINNRADE, D. 118
ERLKÖNIG,D. 328
ALMA MAHLER
DIE STILLE STADT
CLARA SCHUMANN
ER IST GEKOMMEN IN STURM UND REGEN, Op. 12
RICHARD STRAUSS
MORGEN, Op.27
FELIX MENDELSSOHN BARTHOLDY
TRIO PARA PIANO, VIOLINO E VIOLONCELO Nº1
(Molto allegro ed agitato)
ANTONÍN DVOŘÁK
ROMANCE, op.75, Nº1
F. KREISLER
LIEBESLEID
SYNCOPATION
P.I.TCHAIKOVSKY
VALSA SENTIMENTAL
PIAZZOLLA
MILONGA
SHOSTAKOVICH
CINCO PEÇAS
C.SAINT-SAENS
"LE CYGNE"
FAURE
APRÈS UN RÊVE
PIXINGUINHA
LAMENTOS e CARINHOSO
Duração: ~70min
Em Ständchen (Serenata), composta para o ciclo póstumo Schwanengesang ("Canto do Cisne"), Schubert transforma um sussurro de amor em música: um convite terno e urgente à pessoa amada para encontrar-se sob o véu da noite. Em Gretchen am Spinnrade (Gretchen na roca e fiar), o jovem Schubert mergulha no drama interior de Gretchen, enquanto o piano evoca a roca que gira incessantemente e a voz revela o desespero crescente da personagem. Em Erlkönig (O Rei dos Elfos), a tensão explode: numa cavalgada frenética, o piano e a voz dão vida ao narrador, ao pai, ao filho e à figura sombria do Rei dos Elfos, conduzindo a história a um desfecho inevitável.
No silêncio da cidade adormecida, Die stille Stadt de Alma Mahler evoca uma melancólica sensação de saudade, suspendendo o ouvinte entre a memória e o vazio. Em contraste, Er ist gekommen in Sturm und Regen, Op. 12, de Clara Schumann celebra o poder transformador do amor que atravessa tempestades, renovando o destino. Por fim, em Morgen, Op. 27, Richard Strauss desenha uma visão serena de um futuro pleno de paz, onde o amor é uma promessa silenciosa, tão eterna quanto o próprio amanhã.
Composto em 1839, o Trio para Piano nº 1 é uma das obras de câmara mais celebradas de Mendelssohn . Admirado inclusive por Robert Schumann, que o chamou de "a obra-prima do nosso tempo", o trio combina lirismo romântico, brilhantismo instrumental e estrutura clássica refinada.
Neste programa, viajamos por diferentes paisagens sonoras, de uma melodia romântica e suave a ritmos intensos e dançantes. Antonín Dvořák, em Peça Pequena Romance, nos transporta para uma atmosfera delicada, onde uma melodia nostálgica e introspectiva desperta as emoções mais suaves. Já Fritz Kreisler, com Liebesleid e Syncopation, mescla a paixão e a melancolia do amor com a vivacidade do ritmo, criando uma fusão única entre a elegância clássica e o dinamismo popular. Em seguida, Pyotr Ilyich Tchaikovsky, com sua Valsa Sentimental, oferece uma reflexão profunda sobre a beleza efémera da emoção romântica, onde cada nota ressoa com a doçura da saudade. Por fim, Astor Piazzolla, com sua Milonga, traz à tona o vigor do tango, explorando a fusão entre o tradicional e o moderno, e oferecendo ao ouvinte uma dança repleta de paixão e intensidade.
"Le Cygne" é um dos movimentos mais célebres da suíte Le Carnaval des Animaux (O Carnaval dos Animais), composta por Camille Saint-Saëns em 1886. Este movimento é escrito originalmente para violoncelo solo e dois pianos, e se destaca pela sua melodia serena, lírica e comovente, evocando a elegância e a fluidez de um cisne deslizando sobre a água.
Composta por Gabriel Fauré por volta de 1877, Après un rêve (em português. Depois de um sonho) é uma das canções mais conhecidas do compositor francês. Originalmente escrita para voz e piano, a obra foi mais tarde transcrita para diversos instrumentos — sendo a versão para violoncelo e piano uma das mais interpretadas.
Pixinguinha é uma das figuras mais fundamentais da música brasileira, considerado um dos pais do choro moderno e um mestre da fusão entre o popular e o erudito. Suas composições equilibram lirismo, sofisticação harmônica e um profundo senso melódico. Entre suas obras mais conhecidas estão Lamentos (1928) e Carinhoso (1917), dois clássicos que exemplificam a sua genialidade musical.
Recital Caminhos do Violão
O recital “Caminhos do Violão – Do Clássico Europeu à Alma Brasileira” será uma jornada única pelo universo do violão, explorando obras de compositores que transitam entre as tradições europeias e as raízes brasileiras. Sob a interpretação virtuosa de Natanael Fonseca, o público será levado a um passeio sonoro que vai do erudito ao popular, com peças de grandes mestres da música clássica e contemporânea.
O programa será marcado pela execução das Variações sobre um Tema de Mozart de Fernando Sor, do Asturias (Leyenda) de Isaac Albéniz, e da Sonatina Meridional de Manuel María Ponce. Além disso, o público poderá ouvir a Danza Paraguaya de Agustín Barrios Mangoré, além das obras de Radamés Gnattali, que trará ao palco sua Dança Brasileira e as Tocatas em Ritmo de Samba, e a peça A Felicidade de Roland Dyens.

PROGRAMA
RECITAL CAMINHOS DO VIOLÃO
03/05 (SÁBADO) – CAPELA DA CATEDRAL DE LONDRINA
FERNANDO SOR (1778–1839)
VARIAÇÕES SOBRE UM TEMA DE MOZART
ISAAC ALBÉNIZ (1860–1909)
ASTURIAS (LEYENDA)
MANUEL MARÍA PONCE (1882–1948)
SONATINA MERIDIONAL
AGUSTÍN BARRIOS MANGORÉ (1885–1944)
DANZA PARAGUAYA
RADAMÉS GNATTALI (1906–1988)
TRÊS ESTUDOS DE CONCERTO
Dança Brasileira (1958)
Tocata em Ritmo de Samba n.1 (1950)
Tocata em Ritmo de Samba n.2 (1981)
ROLAND DYENS
A FELICIDADE
Duração: ~60min
Conhecido como “o Beethoven do violão”, Sor compôs esta obra a partir de um tema da ópera A Flauta Mágica, de Mozart.
As variações revelam a sua maestria ao transformar o tema em passagens ora líricas, ora virtuosas, explorando todo o potencial expressivo do violão. Um clássico do repertório do século XIX.
Originalmente para piano, Asturias encontrou sua verdadeira voz no violão. Embora faça referência ao norte da Espanha, a obra evoca o espírito intenso do flamenco andaluz.
Transcrita e imortalizada por Andrés Segovia, essa peça se tornou ícone do violão clássico, explorando recursos como rasgueado e tremolo com grande expressividade e força dramática.
Composta em 1939 e dedicada a Andrés Segovia, esta obra do mexicano Ponce é uma homenagem musical ao sul da Espanha.
Dividida em três movimentos (Campo, Copla e Fiesta), a sonatina mescla lirismo, canto popular e dança vibrante, revelando o olhar ibérico de um compositor latino-americano de rara sensibilidade.
Compositor paraguaio de extraordinário talento, Barrios soube unir técnica europeia à alma musical da América Latina. Na Danza Paraguaya (c. 1929), homenageia o folclore de seu país com lirismo e passagens virtuosas.
Já a Valsa Op. 8 nº 4 (1910) combina a forma clássica com harmonias e melodias latinas, revelando a sua elegância poética e o domínio do violão.
Maestro e arranjador, Gnattali (1906–1988) foi um dos grandes nomes da música brasileira, transitando com naturalidade entre o erudito e o popular. A sua vasta obra inclui solos, música de câmara e peças sinfónicas. Esses estudos ilustram a sua escrita refinada para violão, aliando técnica apurada, ritmos brasileiros, elementos do ‘jazz’ e da música urbana do Rio de Janeiro. São peças vibrantes e desafiadoras, que refletem sua visão singular da brasilidade.
Composta para o filme Orfeu Negro (1959), A Felicidade é um dos clássicos mais emblemáticos da parceria entre Tom Jobim e Vinicius de Moraes. A canção traz uma reflexão melancólica sobre a efemeridade da felicidade, com a leveza rítmica característica da bossa nova. O virtuoso violonista francês Roland Dyens, conhecido por suas interpretações sensíveis e arranjos inovadores, traduziu essa obra para o violão solo, preservando a sua essência lírica ao mesmo tempo em que explora toda a riqueza harmônica e rítmica da música brasileira. Seu arranjo oferece um olhar intimista e sofisticado sobre essa joia do repertório popular brasileiro.
Concerto de Encerramento
O concerto de encerramento será uma celebração da música clássica, trazendo obras de grandes mestres como Johann Sebastian Bach, Claude Debussy, Heitor Villa-Lobos, Waldemar Henrique e Johannes Brahms. Sob a execução de músicos renomados, o público será guiado por um repertório diversificado que combina o rigor das formas clássicas com a expressividade das músicas brasileiras e impressionistas.
O programa contará com a Suíte nº 2 para Violoncelo em Ré Menor, BWV 1008 de Bach, com a interpretação do violoncelo; a Sonata para Violoncelo e Piano de Debussy, que traz a delicadeza e a profundidade do impressionismo; a Bachianas Brasileiras nº 5 – Ária (Cantilena) de Villa-Lobos, um ícone da música nacionalista brasileira; e as Canções Amazônicas de Waldemar Henrique, que evocam a beleza e os mistérios da floresta, com os títulos Abaluaiê, Foi Bôto, Sinhá!, Tamba-Tajá e Uirapuru. O concerto será finalizado com o Quarteto para Piano e Cordas nº 3 em Dó Menor, Op. 60 de Brahms, que combina a tensão e a poesia características de sua música de câmara.
Com a participação de Cristian Budu (piano), Laiana Oliveira (voz), Anastasia Averianova (violoncelo), Nikolau Ratchev (violino), Alberto Castillo (viola) e Rafael Cesário (violoncelo), este concerto é uma experiência imperdível para os apreciadores da música clássica e das sonoridades brasileiras.

PROGRAMA
CONCERTO DE ENCERRAMENTO
03/05 (SÁBADO) – TEATRO VILLA RICA
JOHANN SEBASTIAN BACH
SUÍTE Nº 2 PARA VIOLONCELO EM RÉ MENOR, BWV 1008
PRELÚDIO
CLAUDE DEBUSSY
SONATA PARA VIOLONCELO E PIANO
HEITOR VILLA-LOBOS
BACHIANAS BRASILEIRAS Nº 5 – ÁRIA ( CANTILENA)
WALDEMAR HENRIQUE
CANÇÕES AMAZÔNICAS
ABALUAIÊ
FOI BÔTO, SINHÁ!
TAMBA-TAJÁ
UIRAPURU
JOHANNES BRAHMS
QUARTETO PARA PIANO E CORDAS, Nº 3 EM DÓ MENOR, OP.60
ALLEGRO NON TROPPO
SCHERZO. ALLEGRO
ANDANTE
FINALE. ALLEGRO COMODO
Duração: ~70min
O programa deste concerto propõe uma travessia musical entre diferentes séculos, geografias e linguagens, unindo vozes do barroco, do impressionismo francês, da música brasileira e do romantismo alemão. Abrimos com o Prelúdio da Suíte nº 2 para Violoncelo de Johann Sebastian Bach (1685–1750), peça de intensa introspeção e arquitetura sonora, escrita no início do século XVIII, cuja linguagem permanece como alicerce técnico e expressivo para violoncelistas até hoje.
Na sequência, a Sonata para Violoncelo e Piano de Claude Debussy (1862–1918) marca um momento de transição entre o romantismo e as inovações do século XX. Com colorido harmónico e fraseado livre, a obra revela a busca do compositor por uma linguagem própria, evocando tanto lirismo quanto tensão dramática.
O concerto segue com a emblemática Ária (Cantilena) da Bachianas Brasileiras nº 5 de Heitor Villa-Lobos (1887–1959), em que o compositor estabelece um encontro poético entre o estilo de Bach e as paisagens sonoras do Brasil, com especial destaque para a voz cantada e o violoncelo.
Dando continuidade à presença da música brasileira, ouviremos quatro Canções Amazônicas de Waldemar Henrique. Com forte vínculo à cultura popular e à oralidade dos mitos amazônicos , suas obras mesclam influências indígenas, africanas e ibéricas, num retrato musical vibrante e afetivo da região Norte do Brasil.
Após o intervalo, o programa culmina com o poderoso Quarteto para Piano e Cordas nº 3 em Dó menor, op. 60 de Johannes Brahms (1833–1897), obra de densidade emocional e escrita vigorosa. Conhecido como o "Quarteto Werther" — em alusão ao personagem trágico de Goethe, é uma das obras mais intensas e confessionais de Brahms. Iniciado em 1855 e revisado por décadas até a sua publicação final em 1875, o quarteto atravessa períodos de crise emocional e artística do compositor, refletindo as suas angústias existenciais e a relação complexa com Clara Schumann, amiga e musa.
Este concerto celebra o poder da música de câmara como espaço de escuta, diálogo e encontro entre tempos, estilos e culturas.

Orquestra de Câmara Solistas de Londrina
Criada em 1998, a Orquestra de Câmara “Solistas de Londrina” tem direção musical do violinista e maestro Evgueni Ratchev.
Em duas décadas foram inúmeras apresentações em festivais nacionais e internacionais, concertos memoráveis ao lado de artistas consagrados
